Final do Grand Prix - experiência pessoal

sábado, 7 de janeiro de 2017
Olá, tudo bem?

Já postamos muita coisa sobre a final do Grand Prix. Mas ao contrário dos posts sobre a competição em si, agora gostaria de mostrar um outro lado. Como será a experiência de ir a um evento de patinação?


http://www.marseille13.fr/fr/palais-omnisports-marseille-grand-est



Essa é nossa segunda final de Grand Prix. Ano passado, a final foi em Barcelona. Tanto na época quanto agora, aproveitamos as férias em lugares próximos para tomar um trem para a cidade em que estava sendo disputado o evento.

Chegamos a Marselha terça-feira, dia 6 de dezembro. Tínhamos ingressos apenas para sexta e sábado. Na quinta-feira, acompanhamos as competições pelo computador mesmo. Mas isso não significa que nada de especial tenha acontecido.

Resolvemos visitar o Palais du Pharo, próximo ao Vieux Port. Para nossa surpresa, quando passávamos por perto do mar, cruzamos com a Satoko Miyahara e suas técnicas. Eu demorei a perceber e fiquei um pouco sem ação. Andando um pouco mais, passamos pelo Novotel Marseille Vieux Port e vimos um ônibus em frente. Percebemos que era onde estavam hospedados os patinadores e as equipes deles. Conseguimos ver a Anastasia Gubanova lá dentro, na porta do hotel, esperando por alguma coisa (talvez o ônibus ou alguém da equipe dela). 

Jenny no Palais du Pharo

O parque e o palácio eram bem bonitos e tinham uma ótima vista. Na volta, vimos a Maia e o Alex Shibutani voltando para o hotel. Mais tarde, descobrimos nos vídeos deles no youtube que voltavam da mesma roda gigante para onde estávamos indo.

Vista da roda gigante

Não, não falamos com nenhum deles nem pedimos autógrafos. Eu sou bem tímido, jamais teria coragem de falar com alguém na rua assim. Além disso, as coisas aconteceram muito rápido. É algo do tipo "peraí, conheço essa pessoa". E quando cai a ficha eles já estão passando.

No dia seguinte fomos ao evento. De início, estava bem preocupado com o deslocamento para lá. O Palais Omnisport fica longe do metrô (cerca de 2 km) e voltaríamos só de noite. Marselha não é exatamente a cidade mais segura da Europa, então essa era uma preocupação bem forte. Ficamos com saudades de Barcelona, onde o evento era próximo ao metrô e tinha até um shopping em frente, com bons restaurantes e lojas.

O caminho de ida foi bem chato. Assim que descemos do metrô, havia várias ruas indo para todo lado. Por sorte, tinha um celular com chip e pude encontrar a direção certa. Em determinado trecho, o caminho ficou bem ruim de andar. Tivemos que passar por elevados e locais sem muito espaço para pedestre. Isso sem contar a sujeira. Havia muito cocô de cachorro (e até de gente) e lixo jogado pelas calçadas. Realmente, foi um contraste bem grande com a limpeza e organização de outras cidades da Europa.

A vizinhança não tinha uma cara muito amistosa. A minha impressão foi que resolveram construir o ginásio lá para tentar revitalizar um bairro ruim, mas não deram a atenção devida ao entorno ou as opções de transportes públicos. Mas, ao contrário de Barcelona, não pretendíamos sair do local do evento, pois os ingressos não tinham lugar marcado (mais um ponto negativo para a organização do evento). 

O ginásio em si parecia mais pensado para abrigar escolas de patinação ou hockey. Tinha um café próximo a saída, um corredor e a entrada para o ginásio principal. Na página deles na internet dá para ver que possuem também outra pista de patinação menor, que ficou fechada para o público geral. Nos corredores havia a loja do evento e alguns stands, incluindo a loja de souvenirs. Aliás, foi lá que compramos os prêmios do sorteio.

A pista tinha boa visibilidade, mas as cadeiras não tinham encosto, o que faz uma grande diferença para eventos longos. Em Barcelona eles montaram a estrutura do evento do zero e foi bem mais organizado e melhor pensado para o conforto do público. O evento tinha poucos banheiros e as filas ficavam enormes nos intervalos. Alguns banheiros não tinham trinco e era preciso deixar alguém do lado de fora vigiando.



A sensação de ver os patinadores pessoalmente é muito boa. Não tem nem comparação com assistir no computador ou mesmo na TV. Alguns patinadores te surpreendem bastante ao vivo. É o caso de Anastasia Gubanova, que tem programas lindos. Outra coisa boa é poder apoiar os patinadores pessoalmente. Quando bate palmas, você sabe que eles estão ouvindo. A sensação é que você consegue empurra-los um pouco mais a frente. Sim, pode ser exagero, mas não deixa de ser uma sensação boa.

Outra coisa muito legal é poder ver um pouco dos "bastidores" do evento. Evgenia Medvedeva, por exemplo, sempre gosta de sair um pouco antes das outras atletas na entrada do grupo. Apesar de parecer ter nervos de aço na hora da competição, ela também tem o costume de tapar os ouvidos na hora de ouvir as notas da atleta anterior. Aliás, esse é um costume bem comum, principalmente entre as mulheres.


Evgenia na hora da nota da atleta anterior

Yuzuru Hanyu é bem amigo de Javier Fernandez. No programa longo, Javier se apresentou logo depois dele. Yuzu ficou no kiss and cry até quase o final da apresentação, torcendo pelo amigo. No meio do programa, Medvedeva e Anna Pogorilaya também apareceram para ver. Pena que Javier não estava em um bom dia.

Nos intervalos das competições, aproveitamos para comprar lanches. A variedade era um ponto em que esse evento foi melhor do que no ano passado. Tinha até frutas frescas disponíveis.

Em compensação,  o sinal do celular estava péssimo. Era necessário descer se quisesse usar a internet. É uma pena, porque gostariamos de postar muito mais durante as competições.

O evento terminou depois das 10 da noite. Ao contrário de Barcelona, não era possível ver os atletas deixando o local do evento. Nada de autógrafos ou fotos. Em Barcelona conseguimos autógrafos de vários atletas. Foi realmente incrível!

https://www.instagram.com/p/BDrpKCDP3pA/
Jenny e Javier Fernandez na final de Barcelona


Ao sair, tentamos ver o que a multidão fazia. Havia muita gente indo para o ponto de ônibus. Antes de sair para a final, pesquisei sobre o transporte público e descobri que depois das 21:30, as linhas de ônibus param de circular, ficando apenas uma linha noturna, que só passa de uma em uma hora até 0:30. Eu até me senti no Brasil com um transporte tão deficiente. Nossa sorte foi que o horário do ônibus estava próximo da hora em que saímos do ginásio. Então, decidimos ir para o ponto junto com todo mundo.

O ônibus chegou na hora certa e a multidão toda coube lá dentro. A prefeitura nem pensou em reforçar a frota por causa do evento, se não coubesse ia sobrar gente mesmo. Chegamos bem no metrô e depois ao hotel, que ficava próximo a uma estação.

No dia seguinte, o ginásio estava mais cheio, mas conseguimos um bom lugar mesmo assim. Como era a final de muitas categorias, usamos muito mais a câmera do que no dia anterior. Também consegui um pouco mais de sinal de telefone do que no dia anterior, mas só um pouco.

Durante as competições do junior masculino e pares, o gelo estava com uma poça gigante próximo a gente. Isso causou um episódio engraçado. Consegui tirar uma foto e postar no twitter do blog com a hastag do evento. Só que nos intervalos, a organização passava no telão algumas fotos que os expectadores postavam no twitter. Qual não foi a minha surpresa quando eles colocaram a minha postagem falando mal do gelo do evento. Depois dessa, até evitei usar a hashtag. E felizmente consertaram o gelo para as outras competições.

O fim do evento é sempre triste. Dá uma sensação de vazio, de fim de festa. Em Barcelona essa sensação de tristeza foi bem maior, já que gostamos muito mais do evento quando foi realizado lá. Aliás foi quando estávamos na final de Barcelona que surgiu a ideia de criar este blog! Alguns patinadores saíram pela frente, como o Alex Shibutani e o Adam Rippon, mas eles foram bem rápido para um carro. O Brian Orser também saiu por lá e falou rapidamente com os fãs. A Jenny conseguiu cumprimentar ele. Infelizmente ele também estava com pressa. Achamos que ele pegaria um voo nesse mesmo dia, pois sua equipe estava apressando muito, dizendo que iam perder a hora. Pena que as fotos que tirei desse momento ficaram desfocadas.

Estava uma confusão fora do Palais Omnisport. Havia um engarrafamento horrível. E para piorar, dessa vez precisávamos esperar mais de uma hora se fôssemos pegar o ônibus para o metrô. Por isso, decidimos chamar um Uber assim que o trânsito melhorou. Foi um pouco caro, mas deu tudo certo. Nosso voo era bem cedo no dia seguinte, então cada segundo de  descanso era precioso.

O saldo foi positivo, embora eu realmente não recomende um evento organizado pela federação francesa de patinação, pelas inúmeras falhas desde a venda de ingressos até problemas no evento. A cidade de Marselha também não é muito amigável e deixou a desejar, principalmente em relação ao transporte público. Mas de maneira geral, recomendo a todo mundo que um dia vá em algum evento grande de patinação. Vale muito a pena. Sim, não é todo mundo que tem dinheiro para viajar para o exterior. Mas não custa nada colocar uma final do Grand Prix, um mundial ou até mesmo uma Olimpíada na lista de projetos. Vai que um dia você viaja para algum lugar próximo ao evento? Quem sabe um dia não podemos ter uma caravana de fãs do Brasil viajando juntos para um desses eventos? Ia ser muito legal! :)

Nós gostamos bem mais do evento em Barcelona (onde ainda tivemos a emoção de ver os recordes do Yuzu). O de Marselha deixou a desejar em muitos aspectos, mas o principal, que era ver os patinadores competindo, foi incrível!

Vocês  tem vontade de ver algum evento pessoalmente? O que acharam da final do Grand Prix? Ficaram felizes com os resultados? Torceram por quais patinadores?

Se quiserem saber mais algum detalhe fiquem a vontade para nos perguntar!
Não deixem de verificar nosso álbum da final do Grand Prix no facebook. Já colocamos várias fotos e ainda temos muitas para adicionar!


Vocês já estão participando do sorteio de aniversário do blog?
É só clicar na imagem para ver como se inscrever! :)

http://figureskatingbr.blogspot.com.br/2017/01/sorteio-de-um-ano-de-blog.html


Até mais!



5 comentários :

  1. Parabéns pelo blog, adoro ler tudo que vocês postam aqui. Muito bom seu relato, é como se estivéssemos lá.
    Espero que a próxima experiência de vocês seja melhor, ri muito com a "coisa" do twitter.
    Abraços.

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    1. Oi! Ficamos muito felizes com seu comentário. É sempre bom saber que vocês estão gostando! Nossa, na hora que nosso tweet apareceu ficamos com vergonha rs. Muito obrigada! :)

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  2. Obrigada pelo relato, pessoal!
    Adorei conhecer mais os detalhes e bastidores da final de Grand Prix, eu nunca fui em um evento de patinação, mas desejo ir um dia, já que ao vivo é sempre uma experiência diferente.
    Tem esporte que faz muita diferença porque a câmera da tv não consegue filmar tudo. Eu lembro que quando assisti um jogo de futebol pela primeira vez ao vivo foi uma experiência completamente diferente, porque quando um jogador está na grande área pra marcar o gol por exemplo, a câmera só filma a grande área. E ao vivo vc vê metade do campo vazio e os 20 jogadores lá na grande áerea. É uma outra noção que se tem de espaço. Já no tênis de mesa é mais parecido assistir pela tv porque a câmera consegue filmar tudo o que acontece, já que é só uma mesa.
    Inclusive me identifiquei muito com o relato de vocês, pois lembrei das Olimpíadas. Moro no Rio e tive a oportunidade de ir a vários eventos do meu outro esporte preferido,que é a Ginástica Artística. E também fui voluntária no vôlei de quadra, e cuidando dos convidados VIPS. Ou seja, encontrava com muita gente famosa o tempo inteiro, e nos bastidores, onde eles estavam mais relaxados e propícios pra conversar. Todos os outros voluntários pediam pra tirar foto, mas eu nunca me sentia à vontade. Eu preferia aproveitar o pequeno tempo que tinha com eles para tentar criar um "momento", sabe? Tentava interagir, falava alguma coisa, um elogio, para as pessoas que eu gostava muito eu dava um pin.. até nas Ginásticas que eu assisti eu também fazia isso. Preferia mil vezes olhar no olho de cada ginasta e falar algo, jogar uma lembrancinha, acenar do que tirar uma foto delas. Pode parecer bobo mas gostava de pensar que assim pelo menos ia ter mais chance delas lembrarem de mim.
    Só caí na tentação uma vez, quando, logo no primeiro dia e na primeira sessão de manhã eu vi de cara, sozinha, a minha ginasta favorita de todos os tempos. Como ela é chinesa e já está aposentada, não tinha nenhum fã pedindo pra tirar foto dela. Mas aí eu fui lá cuidadosamente, dei um pin pedi pra tirar uma foto com ela. Ela foi muito fofa e tirou! Fiquei muito feliz!
    Sem contar que também fez a maior diferença assitir ao vivo, principalmente nos saltos acrobáticos no solo, que vc percebe a altura real dos movimentos.
    E é claro que os atletas sentem a energia da gente gritando e torcendo por eles! Vi isso muito no volêi, a seleção masculina pedia demais, agradecia o público... e eu estava na arena torcendo no dia que o Diego Hypolito e o Arthur Nory ganharam as medalhas pra ginástica... o público empurrou muito, ajudou demais. Essa é a magia do esporte com certeza!

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    1. Que legal a sua experiência! Nós chegamos a ir a dois eventos nas Olimpíadas: badminton e hipismo. Foi muito legal.

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    2. Nossa, deve ter sido incrível ver ginástica ao vivo. A gente também adora esse esporte! Tentamos comprar ingressos e não conseguimos. Também adorei ler sua experiência. Espero que logo logo você consiga ver patinação ao vivo!! :)

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